Assim caminha a humanidade...

Vi uma matéria publicada hoje no Estadão (o link está aqui), anunciando que as queixas sobre barulho feitas ao 190 da Polícia Militar cresceram 226% de 2006 a 2010.
A equipe do jornal acompanhou o trabalho da PM numa noite de sexta-feira fria: foram 448 chamados ao 190 por causa de barulho. Segundo a matéria, em noites de calor esse número sobe de modo significativo.
Durante a semana, a média é de 392 casos, crescendo para 1.118 de sexta-feira a domingo.
As ocorrências são motivadas por festas, bebedeiras, rezas, cantorias e rojões e geralmente ocorrem nos bairros mais periféricos.
Segundo a PM, nos bairros mais centrais, os problemas maiores são com igrejas e bares, mas os vizinhos mais "escolados" já apelam direto ao Psiu. A PM acaba ficando responsável pelas ocorrências mais periféricas e eventuais: "Multar bares com alvará é fácil. Agora, como fechar uma festa na periferia ou um boteco sem alvará?", diz o Major Ulisses Puosso, comandante do Copom.
Os casos narrados ali vão desde um grupo de moradores que fecha a rua para uma festa sem autorização a carros estacionados na rua com alto-falantes no máximo durante a noite.
Eu acredito que ocorrências assim se devem principalmente à sensação de impunidade que reina solta. Se houvesse um acompanhamento que punisse os responsáveis por situações como essas, nossos ouvidos ficariam mais sossegados e a PM poderia cuidar daquilo que realmente é sua função: combater o crime.
A tarefa de cuidar dos excessos de barulho seria do Psiu, mas para isso seria necessário um investimento real para capacitar a equipe para cuidar não só de bares e igrejas já estabelecidos mas também de ocorrências eventuais, com agilidade e eficiência
Alô, governantes: quando isso vai acontecer?
Até onde vai chegar essa sensação de "tudo é permitido" em que vivemos?
Por último, não custa lembrar que muitos desses problemas são decorrentes de uma educação muito deficiente. Um investimento nas nossas escolas públicas certamente contribuiria muito para termos uma convivência mais respeitosa e silenciosa nas cidades em que vivemos.

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